25 de janeiro de 2008

AMARANTE: Construção de açude a juzante da cidade causa mais apreensão que a barragem de Fridão!!!

A eventual construção de um açude no rio Tâmega a juzante da cidade de Amarante está a causar mais apreensão do que a construção da barragem de Fridão. Como diz o povo, tudo indica que se está perante o aforismo "gato escondido com o rabo de fora". Conhecedor da contestação da população e da própria autarquia à elevação da cota de exploração da barragem do Torrão – dos actuais 62 para a cota máxima de 65, uma medida cautelar que se mantém há 20 anos por ordem do então secretário de Estado do Ambiente Macário Correia – o Governo, através do INAG e do Ministério do Ambiente, parece pretender fazer o mesmo por outros meios.
A Declaração Ambiental emitida pelo Instituto Nacional da Água refere apenas a construção de um pequeno açude a juzante da barragem de Fridão, mas o estudo da Coba – gabinete que elaborou o Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial – vai mais longe e assinala, preto no branco, que se pretende fazer um açude a juzante da cidade para regularizar o caudal nas imediações de Amarante.
No entanto, parece implícito que se pretende, sobretudo, elevar a cota de exploração da barragem do Torrão e para evitar as oscilações de cota provocadas pelas descargas da barragem é fundamental construir o dito açude.
Nada se diz quanto à sua cota, mas fica claro que qualquer açude a juzante de Amarante, com esse fim – aquele que existe em frente ao parque florestal serve de referência de cota e garante que a EDP não explora o Torrão acima de 62 – elevará o nível das águas e destruirá inevitavelmente as margens do Tâmega como as conhecemos hoje.
Amarante tem a garantia que o aproveitamento de Fridão, como todos os outros do novo pacote de barragens, será objecto de um EIA (Estudo de Impacte Ambiental) específico, mas a população da cidade e do concelho deverá desde já ficar atenta às "manobras enviesadas", como refere um especialista do sector, que se perspectivam neste processo se não quiser ficar irremediavelmente sem o "postal ilustrado" que corre mundo – o verde das margens e do arvoredo do rio abraçado ao património arquitectónico conservado há mais de dois séculos.

Fonte e Imagem:Marão Online

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